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A cerâmica japonesa

A beleza da argila, do fogo e da apreciação

O Japão é detentor da história mais longa no mundo na arte de queimar a argila para produzir recipientes. As primeiras peças foram as cerâmicas Jomon que surgiram há 16.000 anos. As peças são feitas a partir da argila que é amassada e moldada e em seguida é queimada no fogo para torná-la sólida e duradoura. Por meio desse processo é possível conferir o conhecimento, a técnica, o senso estético e os valores agregados à cerâmica. Apresentamos aqui a variedade e os encantos da cerâmica japonesa representados por diferentes estilos e escolas tais como: cerâmicas dos Rokkoyo - seis fornos antigos - cujaorigem se deu por meio da cerâmica não vitrificada que, por sua vez, é proveniente dos utensílios de barro; porcelanas Arita-yaki e Kutani-yaki cujo desenho e coloração se desenvolveram sob a influência das técnicas oriundas da China e da antiga Coréia; Raku-yaki e Oribe-yaki, a escola Rinpa, que são estilos baseados na estética Wabi (simplicidade) predominante a partir da segunda metade da era Muromachi; as obras dos ceramistas Shoji Hamada e Kanjiro Kawai representantes do artesanato popular que valoriza da beleza na própria utilidade desses artigos; e além disso, as obras dos ceramistas contemporâneos Koichi Uchida, Masanobu Ando e Taizo Kuroda.

Rokkoyo

São denonimados de Rokkoyo as seis principais olarias antigas que se desenvolveram exclusivamente no Japão desde a época dos utensílios de barro não vitrificados, cuja produção se iniciou na idade média e continua até os dias de hoje. São elas : Seto-yaki, Tokoname-yaki, Echizen-yaki, Shigaraki-yaki, Tamba-Tachikui-yaki e Bizen-yaki. Essas olarias distinguem-se das demais que surgiram a partir da idade moderna e se desenvolveram sob a influência das técnicas trazidas por artesãos da China e da península coreana. Pode-se dizer que as cerâmicas Rokkoyo são genuinamente japonesas pois se originaram e se desenvolveram no Japão.

Rokkoyo

Bizen-yaki

Sem o uso de esmaltes é uma cerâmica bela pela aparência do barro que foi submetido a altas temperaturas para torna-la extremamente rígida. Trata-se de um efeito chamado “esmalte natural”, no qual as cinzas resultantes da queima caem sobre os objetos no forno,e produzem estampas naturais na superfície do barro. Apesar da aparência simples, o Bizen-yaki encanta pela profundez do estilo sereno e elegante que o distingue dos tipos de cerâmicas com pinturas e cores chamativas influenciadas pelas técnicas do continente asiático.

  • Tigela para chá estilo Inbe|Yuho Kaneshige
  • Tigela para chá estilo Inbe| Yuho Kaneshige
  • Tigela para chá estilo Inbe|Yuho Kaneshige
  • Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige
  • Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige
  • Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige
  • Garrafa para saquê|Shunichi Yabe
  • Garrafa para saquê|Shunichi Yabe
  • Garrafa para saquê|Shunichi Yabe
  • Tigela funda para chá|Shinichi Yabe
  • Tigela funda para chá|Shinichi Yabe
  • Tigela funda para chá|Shinichi Yabe
  • Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki
  • Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki
  • Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki
  • Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki
  • Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki
  • Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki
  • Bizen-yaki Tigela para chá estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Tigela para chá estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Tigela para chá estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Porta de chá (chaire) estilo Inbe|Yuho Kaneshige

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Shunichi Yabe

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Shunichi Yabe

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Shunichi Yabe

  • Bizen-yaki Tigela funda para chá|Shinichi Yabe

  • Bizen-yaki Tigela funda para chá|Shinichi Yabe

  • Bizen-yaki Tigela funda para chá|Shinichi Yabe

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki

  • Bizen-yaki Garrafa para saquê|Ryuichi Kakurezaki

  • Bizen-yaki Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki

  • Bizen-yaki Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki

  • Bizen-yaki Utensílio para cerimônia do chá|Ryuichi Kakurezaki

Karatsu-yaki e Hagi-yaki

Na segunda metade do século XVI, os senhores da guerra (daimyo) da era Sengoku eram devotos da cerimônia do chá (Cha-no-yu) e passaram a cultuar a beleza das peças de cerâmica, a despeito das terríveis batalhas que travavam entre si. A cerâmica coreana foi altamente reconhecida devido às recomendações feitas pelo monge Sen-no-Rikyū. Por isso, os ceramistas provenites da antiga Coréia foram protegidos pelos daimyo e atuaram em várias partes do país. As cerâmicas representativas dessa época são a Karatsu-yaki, que se desenvolveu sob os auspícios dos daimyo Kuroda e Hosokawa, e Hagi-yaki sob os auspícios do daimyo Mori.

  • Copo para saquê em esmalte amarelo, Karatsu-yaki
  • Tigela maior com pintura metalizada floral, Karatsu-yaki
  • Tigela de chá, Hagi-yaki
  • Copo para saquê em esmalte amarelo, Karatsu-yaki

  • Tigela maior com pintura metalizada floral, Karatsu-yaki

  • Tigela de chá, Hagi-yaki

Arita-yaki e Kutani-yaki

A produção de porcelanas começou no início do século 17 com o descobrimento de minerais argilosos na região de Arita. Nessa época, a distribuição dos produtos era feita num porto situado na região de Imari, razão pela qual foi chamada também de Imari-yaki. Inicialmente, a pintura nas porcelanas eram simples traços com cobalto. Posteriormente,passou a ostentar colorações e desenhos maisminuciosos, devido à influência da China e para adequar o produto para exportação, as cores e desenhos decorativos foram aperfeiçoados. As porcelanas Nabeshima-yaki e Kutani-yaki da região de Kaga se desenvolveram nessa mesma técnica utilizada pelo Arita-yaki.

  • Tigela grande com pintura de montanhas e rio|Arita/ Imari
  • Prato com pintura de juncos e gansos selvagens|Arita/ Imari
  • Prato grande em formato de flor com pintura colorida de uma ave em voo|Kokutani
  • Tigela grande com pintura de montanhas e rio|Arita/ Imari

  • Prato com pintura de juncos e gansos selvagens|Arita/ Imari

  • Prato grande em formato de flor com pintura colorida de uma ave em voo|Kokutani

Wabi (simplicidade) e irregularidade

Uma das características mais extraordinárias das porcelanas japonesas são a sua simplicidade e irregularidade quando comparadas com os produtos da China e da Coreia. Enquanto que na China as oferendas ao imperador eram artigos delicados e refinados, no Japão a tendência era encontrar a beleza nas irregularidades dos trabalhos manuais e deformações acidentais resultantes do processo de queima do objeto no forno. Em meados do século 16, após a guerra de Onin, o gosto pela simplicidade e o rusticidade (wabi) se estabeleceu e a partir disso desenvolveu-se os fundamentos da estética dos objetos de porcelana e cerâmica do Japão.

  • Tigela preta para chá estilo Raku - Omokage|Chojiro I
  • Copo preto e fundo para chá estilo Raku - Murasame|Chojiro I
  • Tigela preta para chá estilo Raku - Shugiku|Kichizaemon XV
  • Tigela para chá em forma de sapato - Tsurutaro|Kuro Oribe
  • Tigela preta para chá estilo Raku - Murakumo|Koetsu Honami
  • Tigela para chá esmaltadocom Ameyu - Tatsumine|Koetsu Honami
  • Tigela branca para chá estilo Raku Kansetsu|Koetsu Honami
  • Tigela para chá com estampa de pinheiros em tinta com ferro|Kenzan Ogata
  • Tigela para chá estilo Shino|Rosanjin Kitaoji
  • Tigela para chá de Hamyori|Handeishi Kawakita
  • Tigela preta para chá estilo Raku - Omokage|Chojiro I

  • Copo preto e fundo para chá estilo Raku - Murasame|Chojiro I

  • Tigela preta para chá estilo Raku - Shugiku|Kichizaemon XV

  • Tigela para chá em forma de sapato - Tsurutaro|Kuro Oribe

  • Tigela preta para chá estilo Raku - Murakumo|Koetsu Honami

  • Tigela para chá esmaltadocom Ameyu - Tatsumine|Koetsu Honami

  • Tigela branca para chá estilo Raku Kansetsu|Koetsu Honami

  • Tigela para chá com estampa de pinheiros em tinta com ferro|Kenzan Ogata

  • Tigela para chá estilo Shino|Rosanjin Kitaoji

  • Tigela para chá de Hamyori|Handeishi Kawakita

A beleza na utilidade

Na era moderna, Soetsu Yanagi propôs o conceito de mingei -artesanato popular - que reconhecia a beleza nos objetos sem nome que foram aperfeiçoadas por meio da utilização na vida cotidiana. Esse conceito influenciou várias áreas da produção, porém, na cerâmica, artistas como Shoji Hamada, Kanjiro Kawai e Bernard Leach se destacaram por terem conseguido incorporar o conceito em seus trabalhos. Sem visar a beleza em si, o objetivo é a busca pela beleza que emana naturalmente do seu uso prático.

  • Tigela para chá em esmalte tricolor|Kanjiro Kawai
  • Tigela para chá com estampa de flor em relevo, pintada com pigmento azul em cobalto - Gosu|Kanjiro Kawai
  • Pote com tampa; esmalte com chumbo e pintura em tinta branca|Kanjiro Kawai
  • Conjunto de três caixas; pintura, com pigmento azul Gosu e marcas de pinceladas|Kanjiro Kawai
  • Tigela com esmalte branco e pintura em tinta preta|Shoji Hamada
  • Vaso para flores com padronagem estampada e esmalte com sal|Shoji Hamada
  • Pote de esmalte branco; pintura de padrões circulares em tinta com ferro|Shoji Hamada
  • Bule de chá com pintura de padrões circulares em tinta vermelha|Shoji Hamada
  • Tigela para chá em esmalte tricolor|Kanjiro Kawai

  • Tigela para chá com estampa de flor em relevo, pintada com pigmento azul em cobalto - Gosu|Kanjiro Kawai

  • Pote com tampa; esmalte com chumbo e pintura em tinta branca|Kanjiro Kawai

  • Conjunto de três caixas; pintura, com pigmento azul Gosu e marcas de pinceladas|Kanjiro Kawai

  • Tigela com esmalte branco e pintura em tinta preta|Shoji Hamada

  • Vaso para flores com padronagem estampada e esmalte com sal|Shoji Hamada

  • Pote de esmalte branco; pintura de padrões circulares em tinta com ferro|Shoji Hamada

  • Bule de chá com pintura de padrões circulares em tinta vermelha|Shoji Hamada

A cerâmica industrializada

Diferentemente dos objetos feitos um a um pelos ceramistas, no qual cada peça se distingue da outra, os produtos industrializados também ostentam a beleza típica da cerâmica japonesa. Artigos de utilidade doméstica como tigelas para arroz, bule de chá e molheira para molho de soja (shoyu) que são produzidos pensando em sua funcionalidade e utilidade, apresentam um alto nível de perfeição em termos de produtos para fabricação em massa com qualidade assegurada. Mesmo com relação aesses utensílios conhecidos que fazem parte da vida alimentar do Japão, existe uma busca incessante pela qualidade visando a sua produção em massa.

  • Cerâmica Hakusan, Molheira para molho de soja (shoyu)|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Tigela rasa, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Tigela rasa, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Bule para chá, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Chaleira, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Chaleira, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.
  • Cerâmica Hakusan, Molheira para molho de soja (shoyu)|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Molheira para molho de soja (shoyu), Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Tigela rasa, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Tigela rasa, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Bule para chá, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Chaleira, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

  • Chaleira, Hasami-yaki|Hakusan Porcelain Co.,Ltd.

A cerâmica contemporânea japonesa

Há também artistas que encaram seus trabalhos, relativizando a tradição japonesa dentro de um contexto internacionalizado. Apresentamos aqui as obras de Taizo Kuroda, Koichi Uchida e Masanobu Ando. Kuroda começou a aprender a arte da cerâmica no Canadá e tem se dedicado à procura de um estilo próprio desde o seu retorno ao Japão. Uchida viaja livremente pelo mundo para conhecer vários tipos de terras e argilas e diferentes métodos de produção, na tentativa de consolidar a sua própria forma de criação. E Ando, por sua vez, aprendeu o budismo tibetano na Índia e posteriormente, passou a trabalhar com cerâmica.

  • NO. 23|Taizo Kuroda
  • NO. 12|Taizo Kuroda
  • NO. 6|Taizo Kuroda
  • Prato em forma de flor holandesa|Masanobu Ando
  • Copo de chá em forma de flor de lírio (tamanho grande), pires com pontas cortadas|Masanobu Ando
  • Tigela para chá com pintura em prata|Masanobu Ando
  • Bule para chá|Koichi Uchida
  • Bule para chá|Koichi Uchida
  • Jogo de recipientes encaixáveis|Koichi Uchida
  • Vaso|Koichi Uchida
  • Vaso|Koichi Uchida
  • NO. 23|Taizo Kuroda

  • NO. 12|Taizo Kuroda

  • NO. 6|Taizo Kuroda

  • Prato em forma de flor holandesa|Masanobu Ando

  • Copo de chá em forma de flor de lírio (tamanho grande), pires com pontas cortadas|Masanobu Ando

  • Tigela para chá com pintura em prata|Masanobu Ando

  • Bule para chá|Koichi Uchida

  • Bule para chá|Koichi Uchida

  • Jogo de recipientes encaixáveis|Koichi Uchida

  • Vaso|Koichi Uchida

  • Vaso|Koichi Uchida